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Estudante picado por naja no Distrito Federal: polícia investiga sobre tráfico de animais

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Pedro Krambeck, de 22 anos, chegou a ficar em coma após acidente com serpente, no Distrito Federal.

Após deixar UTI, suspeito deve ser interrogado pela Polícia Civil.

Na última semana, a apreensão de uma cobra da espécie naja, no Distrito Federal, deu luz a um suposto esquema de tráfico de animais silvestres.

A investigação começou após um estudante de medicina veterinária ser picado pela serpente, na terça-feira (7).

A cobra é originária de países da África e da Ásia, e é considerada uma das mais venenosas do mundo. Até então, não se tinha conhecimento da espécie no Brasil.

Após o incidente, Pedro Henrique Krambeck, de 22 anos, deu entrada em um hospital particular, onde continua internado. Por causa da toxicidade do veneno, ele entrou em coma, recebeu o soro antiofídico (relembre abaixo) e se recupera no quarto após deixar a Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

A Polícia Civil suspeita de que Krambeck criava a naja dentro de casa sem autorização, o que é considerado crime. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o jovem não tinha registro do animal e, por isso, foi multado em R$ 2 mil.

O jovem picado pela cobra é Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, estudante de medicina veterinária na instituição de ensino privado, no Gama. Ele mora na região do Guará, no Distrito Federal.

Antes do acidente, o jovem mantinha uma página em uma rede social, com fotos e vídeos de algumas espécies de cobras. De acordo com um auditor do Ibama, "depois do ocorrido, a página foi estranhamente apagada".

Pedro estava em uma chácara quando foi picado pela naja. Imediatamente, ele teria ligado para os pais avisando sobre o fato. A região exata do acidente não foi divulgada pela Polícia Civil.

O jovem foi hospitalizado às 15h10 do dia 7 de julho, em um hospital particular, no Gama. Quando chegou à unidade, ele estava consciente. Contudo, o quadro se agravou rapidamente e Pedro entrou em coma no mesmo dia.

Cobra naja que picou estudante de veterinária foi encontrada perto de shopping no DF.

A polícia suspeita que o estudante mantinha a cobra no prédio onde mora, no Guará. Contudo, ela foi encontrada a 14 km do endereço dele, perto de um shopping, no Lago Sul. Os investigadores apontam que a naja foi abandonada na região por Gabriel Ribeiro, amigo do jovem.

Segundo a investigação, Gabriel Ribeiro, amigo do Pedro, teria escondido também outras 16 serpentes em um haras em Planaltina, a 60 km de Brasília. As cobras foram encontradas no dia 9 de julho, um dia depois do resgate da naja, após uma denúncia anônima.

A Polícia Civil acredita que os animais também eram do Pedro. De acordo com o analista ambiental do Ibama Roberto Cabral Borges, alguns “estavam magros e desidratados”.

Entre as serpentes encontradas, dez são originárias de outros países – África, Ásia e Estados Unidos – e outras seis cobras silvestres brasileiras. Elas estavam em caixas numa baia de cavalos. De acordo com a Polícia Civil “a maioria delas” não tinha registro.

No dia 10 de julho, mais uma cobra foi apreendida, na casa do pai de Gabriel.

Ainda internado, Pedro foi multado pelo Ibama em R$ 2 mil por criar o animal silvestre sem autorização.

A investigação ainda está em curso. De acordo com o Ibama, o jovem e três amigos envolvidos no esquema podem responder pelos seguintes crimes: manutenção de animais silvestres nativos em cativeiro sem a devida autorização, por dificultar a ação de fiscalização e maus-tratos.

Somadas, as penas podem chegar a 18 anos de prisão.

Pedro Krambeck despertou do coma na tarde de 9 de julho, três dias após dar entrada no hospital. Ele já está fora de perigo e não teve sequelas graves. O jovem será ouvido pela polícia nos próximos dias.

O soro antiofídico para o tratamento da picada precisou ser encomendado do Instituto Butantan, em São Paulo, que mantém algumas espécies para pesquisa. Apesar de ceder o antiveneno, o Butantan afirma que não produz o antídoto contra najas, já que a espécie não é nativa da fauna brasileira.

Até esta segunda-feira (13), a naja estava sob os cuidados de veterinários e biólogos no Zoológico de Brasília, onde deve permanecer até que órgãos ambientais definam um novo destino para o animal.

Durante a semana, a serpente passou por exames e, segundo veterinários, passa bem.

O animal ganhou até um ensaio fotográfico do profissional voluntário Ivan Mattos. Ele contou ao G1 que levou uma hora para concluir os cliques, e que estava separado do animal por uma parede de vidro.


O delegado responsável pelo caso, William Andrade Ricardo, afirma que a Polícia Civil busca respostas sobre a destinação das cobras.

“A gente apura se, além de adquirir, eles vendiam, se o intuito era de comercializar esses animais.”

Sobre a origem das cobras, os investigadores não descartam a possibilidade deles terem se reproduzido em cativeiro, no Brasil. no mercado ilegal, a naja pode ser vendida por até R$ 20 mil, segundo informações da polícia.

A polícia também investiga se Pedro, Gabriel e outros colegas compravam e vendiam as serpentes em redes sociais. Três amigos do jovem picado, também estudantes de veterinária, já foram ouvidos pela Polícia Civil.

A instituição de ensino onde Pedro estuda, a Faciplac, informou em nota que "não tinha conhecimento da posse de nenhuma cobra ou outros tipos de animais silvestres entre os alunos".



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Essa história precisa mesmo ser bem investigada... no caso a cobra virou a heroína porque só assim para a polícia descobriu que algo de errado. estava acontecendo. (MárciaSchmian)






Fonte: https://www.globo.com/